Setor financeiro é o segundo setor com mais queixas nos Procons, seguido pelos segmentos de produtos e telecomunicações
Idec: há mais de uma década, planos de saúde lideram ranking de reclamações
(Thinkstock)
Ao todo, o Idec recebeu 9.413 críticas de consumidores
Há mais de uma década os planos de saúde lideram o ranking de
reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) - e
em 2012 não foi diferente. Segundo levantamento divulgado nesta
segunda-feira, o setor recebeu 1104 queixas de consumidores
descontentes, ou 20% do total de reclamações registradas pelos Procons
de todo o país.
Segundo o Idec, a alta taxa de descontentamento é explicada pela
popularização de planos de assistência médica tipo C, que abrangem
planos coletivos ou falsos coletivos (oferecidos a pequenos grupos de
consumidores), já que não há regulação da ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) para esses tipos de contratos. As principais queixas dos
consumidores ao Idec são: negativa de cobertura; reajuste por faixa
etária e anual; e descredenciamento de prestadores de serviço.
No segundo lugar na lista de reclamações dos consumidores está o setor
financeiro (bancos, cartões de crédito e consórcios), que recebeu 16%
das reclamações em 2012 (844 queixas). A cobrança indevida de tarifas e
de serviços não contratados é uma das principais queixas, além de
endividamento, taxa de juros, portabilidade de crédito e inscrição em
cadastro de maus pagadores. No Procon de São Paulo, o setor financeiro é
o líder de reclamações.
No caso dos produtos, celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos
da linha branca estão entre os principais alvos da insatisfação do
consumidor. De acordo com o ranking do Idec, os principais problemas no
setor são: defeitos de fabricação, questões de garantia, falta de
assistência técnica e descumprimento do prazo de entrega.
Já na telefonia móvel, as queixas se devem à falta de sinal e queda nas
chamadas. Na telefonia fixa, as reclamações mais recorrentes são as
cobranças por minutos excedentes ao plano e por serviço não solicitado.
Na TV por assinatura, falta de sinal; na banda larga, velocidade de
navegação.
"Em muitos casos, a falta de informação e a dificuldade na interface entre consumidor e fornecedor são as fontes recorrentes de problemas", alerta a gerente de relacionamento do Idec, Karina Alfano. Ela responsabiliza ainda a fiscalização ineficiente dos órgãos reguladores e a falta de investimento das empresas nas questões que originam as reclamações.
Em 2012, juntos, os quatro setores (planos de saúde, bancos, produtos e
teles) representaram 59,1% das orientações fornecidas pelo Idec por
telefone, e-mail e pessoalmente. Os demais temas presentes no ranking
foram denominados "outros". Dentre eles, destacam-se serviços como
energia elétrica e ensino, imóveis, lazer, veículos e comércio
eletrônico.
As dúvidas e reclamações relacionadas às compras virtuais vêm
crescendo. "Houve bastante demanda sobre compras coletivas,
especificamente. Nesse assunto e no comércio eletrônico em geral, a
principal queixa diz respeito ao prazo de entrega e a outras formas de
descumprimento de oferta", aponta Karina.
Ao todo, o Idec recebeu 9.413 mensagens de consumidores, das quais
5.413 se referem a dúvidas sobre relações de consumo e 4 mil sobre o
andamento de ações judiciais.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/mantendo-a-tradicao-planos-de-saude-lideram-reclamacoes-do-idec
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