A principal queixa de consumidores sobre construtoras e
incorporadoras ao Procon-SP no 1º semestre deste ano é em relação ao não
cumprimento do contrato ou a não entrega, aponta levantamento divulgado
nesta terça-feira (5) pelo órgão de defesa do consumidor no estado de
São Paulo.
Do total de reclamações, problemas com o não cumprimento do
contrato/proposta/não entrega aparecem em primeiro lugar, com 408
reclamações no período, seguido por problemas com cobrança de taxa
indevida (399 reclamações) e qualidade da construção (52 reclamações).
O ranking reflete os atendimentos realizados no primeiro semestre deste ano.
Com relação às cobranças, elas normalmente estão relacionadas com as
taxas de corretagem, assessoria imobiliária e SATI (Serviço de
Assessoria Técnico Imobiliária) na compra de imóvel na planta, diz o
Procon.
“Os consumidores, no momento da assinatura do contrato, são
surpreendidos com a imposição da cobrança de tais taxas, sem que haja
informação prévia sobre a natureza desses serviços e não obrigatoriedade
de sua contratação”, diz o órgão.
Com relação à qualidade, o Procon explica que muitos imóveis
apresentam infiltrações, rachaduras, vazamentos e outros problemas
estruturais.
Construtoras
De acordo com o levantamento, os grupos Gafisa/Tenda (145 queixas), PDG
(113 queixas) e MRV(91 queixas) figuram, respectivamente, no topo do
ranking como os fornecedores que mais geraram reclamações no período
(1º, 2º e 3º lugar).
A Gafisa informou, em nota, que cumpre rigorosamente todas as normas
de defesa do consumidor e também a legislação pertinente ao setor
imobiliário. “A companhia também esclarece que a marca Gafisa não atua
no segmento ‘Minha Casa, Minha Vida’”.
“Do volume de reclamações levantado pelo Procon, 90% refere-se à
operação da Construtora Tenda, empresa adquirida pelo grupo em 2008,
quando tinha mais de 25 mil unidades atrasadas e clientes aguardando
suas entregas”, diz a empresa, acrescentando que “desde a aquisição, a
Tenda revisou todos os seus processos e investiu em tecnologia de obra
capaz de garantir produtividade, prazo e qualidade para os novos
empreendimentos”.
Em menos de dois anos, a Tenda já finalizou cerca de 90% das obras
com problemas, diz. “A construtora informa também que realizou reunião
com o Procon-SP, buscando entender melhor as reclamações recebidas pela
Fundação e, assim, poder agir de maneira antecipada. (…) A marca Gafisa
esclarece que tem uma base de 45 mil clientes. As reclamações no Procon
representam um número pequeno no universo de clientes atendidos.”
Em nota, a MRV Engenharia informou que, percentualmente, os índices
de reclamação registrados contra a companhia são pequenos se comparados
ao número de unidades construídas. “Ressaltamos, ainda, que a empresa
possui um canal de atendimento aos Procons com e-mail e telefone
exclusivos, além de se manter disponível para nossos clientes por meio
da central de atendimento”, diz.
A PDG afirmou que trabalha sempre com o objetivo de aprimorar seus
processos para garantir um melhor atendimento a seus clientes. “A
empresa recentemente passou por uma reestruturação interna, o que tem
minimizado a cada dia o impacto de antigos projetos dentro da companhia e
garantido entregas com qualidade. Dentre as mudanças adotadas,
destaca-se a criação de uma vice-presidência dedicada ao relacionamento
com os clientes, buscando aprimorar a qualidade no atendimento”, disse a
incorporadora, por meio de nota.
Pesquisa
A fundação e o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CreciSP) realizaram, ainda, entre os meses de julho e setembro, ações de fiscalização em stands e plantões de vendas de empreendimentos imobiliários.
A fundação e o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CreciSP) realizaram, ainda, entre os meses de julho e setembro, ações de fiscalização em stands e plantões de vendas de empreendimentos imobiliários.
Nos stands foram verificados se estavam disponíveis a documentação do
empreendimento, como: o registro de incorporação; o memorial
descritivo; a tabela de preço das unidades à venda; eventual publicidade
enganosa indicando a participação no programa Minha Casa Minha Vida;
cobrança irregular de corretagem e se havia cobrança indevidas de
assessoria jurídica e SATI (Serviço de Assessoria Técnico Imobiliária).
Entre os principais problemas encontrados estavam a cobrança de SATI e
informações sobre participação no programa Minha Casa Minha Vida sem
haver unidades disponíveis.
Fonte: G1 – Noticias
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