Marli Moreira/Da Agência Brasil
São Paulo – A maioria dos associados aos planos de saúde no estado de
São Paulo enfrentou dificuldades na hora em que precisou dos serviços
contratados.
Os problemas ocorreram nos dois últimos anos, segundo pesquisa do
Instituto Datafolha encomendada pela Associação Paulista de Medicina.
O levantamento mostra que a deterioração do atendimento levou 30% dos
pacientes a pagar por serviços particulares ou a procurar o Sistema
Único de Saúde.
Em comparação a pesquisa anterior, cresceu em 50% a procura da rede
pública, por falta de opção de atendimento por meio dos planos.
O número de segurados que se sentiram obrigados a buscar atendimento
particular cresceu entre 2012 e 2013. No ano passado, 9% declararam ter
feito a opção ante 12%, neste ano de 2013. O grupo que recorreu ao
sistema público passou de 15%, em 2012, para 22% neste ano.
O presidente da associação dos médicos e do Conselho Regional de
Medicina de São Paulo, Florisval Meinão, esclareceu que a “questão está
na estrutura da iniciativa privada e não na qualidade do atendimento
médico”.
Ele observou que a quantidade de leitos oferecidos no Brasil oscila
entre dois a três a cada mil habitantes enquanto o recomendado pela
Organização Mundial da Saúde é três a cinco. “Nos precisaríamos criar
mais 16 mil leitos até 2016”, defendeu.
A principal queixa ouvida pelos pesquisadores do Datafolha diz respeito
à sala de espera lotada em prontos-socorros, e a demora no atendimento,
apontada por 66% dos entrevistados.
As dificuldades em agendar exames e obter diagnósticos atingiu 47% das
citações. As reclamações de falhas no pronto-atendimento foram feitas
por 80%.
A demora em autorizar exames mais complexos ou mesmo a negativa foi citada por 16% dos entrevistados.
A pesquisa foi feita com 861 pessoas das quais 422 residentes na região
metropolitana de São Paulo e 439, no interior. Na amostragem projetada,
estimou-se que 79% de um universo de 10,4 milhões de usuários ou 8,2
milhões tiveram algum tipo de problema relacionado ao plano de saúde.
Cada uma relatou, em média, 4,3 questões de conflito.
O levantamento mostrou também que a maioria dos associados faz a sua
queixa diretamente às seguradoras, caso de 11% dos consultados. Apenas
2% recorrem ao Procon e 1% chegaram à Agência Nacional de Saúde.
Fonte: http://www.defato.com/noticias/26920/piora-o-atendimento-medico-por-meio-dos-planos-de-saude-indica-datafolha
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