39,36% da população adulta, entre 18 e 95 anos, está com o nome sujo.
O número de pessoas físicas inadimplentes teve crescimento no primeiro
trimestre do ano. No final de março o número era de 59,2 milhões de
consumidores brasileiros nas listas de inadimplência. Frente à
estimativa de dezembro de 2016, que mostrou cerca de 58,3 milhões, houve
um saldo de 900 mil novos nomes nas listas de inadimplência neste ano.
Os dados do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e
da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que, em
termos percentuais, 39,36% da população adulta, entre 18 e 95 anos, está
com o nome sujo.
A série histórica do indicador mostra que, após atingir a marca dos 59
milhões em setembro de 2016, a estimativa seguiu mostrando pequenas
quedas, permanecendo entre os 58 e 59 milhões de consumidores. No início
de 2017, entretanto, o número absoluto de negativados no país voltou a
apresentar alguma alta, ainda que permaneça no patamar dos 59 milhões,
segundo a SPC Brasil.
“Embora a estimativa tenha crescido no primeiro trimestre, o ritmo de
crescimento é menor do que o verificado no início da crise”, afirma o
presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “Essa desaceleração do crescimento
da inadimplência ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e reflete
tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de pagamento das
famílias, quanto a redução da tomada de crédito por parte dos
consumidores e sua propensão a consumir. O consumidor tem tido maior
cautela com o consumo, além de maior dificuldade para conseguir crédito.
Assim, ele se endivida menos e, com isso, torna-se mais difícil ficar
inadimplente”, explica.
Na variação anual do número de pessoas físicas inadimplentes, o
indicador mostra queda de -0,36% em março, em comparação com março de
2016. Após crescer a taxas próximas a 5% entre o final de 2015 e início
de 2016, mostrou sucessivos recuos ao longo do ano passado, sendo a
primeira vez, desde o início da série histórica, em 2010, que o
indicador mostra queda anual. Na passagem de fevereiro para março, a
inadimplência mostrou alta de 0,44%.
Por idade
A estimativa por faixa etária indica que é entre 30 e 39 anos a maior
frequência de negativados, uma vez que em março metade dessa população
(50,12%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito -
um total de 17,1 milhões de pessoas. Há ainda uma quantidade
significativa de pessoas entre 40 e 49 anos que estão inadimplentes
(47,15%), bem como entre os consumidores de 25 a 39 anos (46,83%).
Por região
De acordo com a estimativa, a região Sudeste é a região que concentra,
em termos absolutos, o maior número de negativados, somando 25,10
milhões de consumidores, o que representa 38,52% da população adulta da
região.
Em seguida aparecem o Nordeste, que conta com 15,57 milhões de
negativados, ou 39,14% da população; o Sul, com 8,34 milhões de
inadimplentes (37,44%); o Norte, que, com 5,31 milhões de devedores
(45,55% - o maior percentual entre as regiões); e o Centro-Oeste, com um
total de 4,84 milhões de inadimplentes (42,28% da população).
Queda das dívidas em atraso
Em março, o indicador do SPC Brasil e da CNDL também verificou variação
negativa de -4,42% no volume de dívidas em nome de pessoas físicas na
comparação com o mesmo mês de 2016. Foi a menor variação de toda a série
histórica.
Os dados por setores revelam que todos segmentos investigados
apresentaram recuo no número de dívidas. O setor de comunicação teve a
maior queda, com -18,10% na comparação com março de 2016. Em seguida
aparecem o segmento do comércio (-6,11%), água e luz (-1,53%) e bancos
(-0,05%).
O levantamento também aponta que os bancos concentram a maior parte das
dívidas no país (48,90% do total), com o comércio (20,05%) e o setor de
comunicação em seguida (13,09%).
Fonte: G1
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