A
saúde no Brasil é um tema delicado. De um lado está a precariedade do
Sistema Único de Saúde (SUS) e do outro, o péssimo serviço que algumas
operadoras prestam aos consumidores.
De janeiro a setembro de
2016, foram registradas 66.578 reclamações junto à Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador do setor. Enquanto em 2015, o
número total de notificações passou de 100 mil, sendo em sua maioria
sobre cobertura, contratos e regulamentos, mensalidades e reajustes. E
foi justamente este último motivo o problema da advogada Vera Martino
com a Unimed Fesp. Ela recebeu uma notificação de que seu plano sofreria
um aumento de 33,5% e se caso não concordasse, teria um prazo de dez
dias para cancelar sua cobertura.
A advogada teria de pagar quase
R$ 6 mil para garantir os serviços médicos para ela e seus dependentes.
Sem condições, procurou migrar para outra operadora e se deparou com
ainda mais dificuldades, principalmente devido à idade de seus pais,
acima de 80 anos. As exigências das empresas impossibilitaram a
portabilidade e um novo plano pedia carência, a solução foi optar pela
Prevent Senior, dedicada a pessoas acima de 49 anos. “Fiquei indignada
com a falta de sensibilidade e por toda a situação. Tive pouco tempo
para pesquisar o que fazer e minhas opções foram limitadas pela
burocracia. Mas, não poderia deixar meus pais sem cobertura médica no
momento em que eles mais precisam”, diz.
Vera não é a única a ter
problemas com a Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, que
figura no ranking do portal Reclame Aqui entre as operadoras que mais
receberam reclamações nos últimos 12 meses. Foram 517 denúncias, com
índice de solução de 53,1%. O status atual é ruim e a nota do consumidor
está em 3.08. O cliente também precisa esperar por 26 dias para ter uma
resposta. Quem lidera a lista no momento é a Amil, que registrou 6.835
notificações, com índice de solução de 74,6%. Apesar disso, está com o
status bom, com uma nota de 6.06 e um tempo médio de resposta de seis
dias.
Como se prevenir e lidar com os problemas?
O
Procon-SP, fundação que defende os direitos do consumidor, aconselha
que antes de contratar um plano de saúde, o cliente deve analisar qual é
o mais adequado à sua necessidade. Também observar se há reclamações
contra a operadora e certificar-se de que ela possui registro na ANS.
Para evitar surpresas ruins, tem de ficar atento ao tipo de cobertura
oferecida e solicitar a lista dos prestadores credenciados (médicos,
hospitais e laboratórios).
Diante de um problema com o plano de
saúde, é importante primeiro notificar a operadora contratada e caso não
tenha o resultado esperado, o consumidor deve recorrer a outros meios.
Além das reclamações online nas redes sociais das empresas e no portal
Reclame Aqui, o ideal é procurar a ANS e o Procon local porque a partir
destas demandas os órgãos terão uma visão do que esta acontecendo no
mercado e, assim, poderão tomar as medidas necessárias para coibir as
irregularidades e punir as empresas que desrespeitam a legislação.
Ranking
A
ANS disponibiliza no seu site o Índice Geral de Reclamações, que
apresenta um termômetro do comportamento das operadoras no atendimento
aos problemas apontados pelos consumidores.
Abaixo estão as dez empresas de grande porte com mais reclamações por beneficiário em outubro de 2016.
- Unimed-Rio
- Unimed Norte/Nordeste
- Prevent Senior
- Geap Autogestão em Saúde
- Biovida Saúde
- Caixa Seguradora
- Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil
- Unimed do Estado de SP
- Golden Cross
- SulAmérica
Por Daiane Brito.
Fonte: https://br.financas.yahoo.com/noticias/saiba-como-se-proteger-dos-abusos-das-operadoras-de-planos-de-saude-2-202325128.html
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