Empresa terceirizada Vaga Lume pode ter saído de Mossoró

Ex-funcionários da empresa Vaga Lume procuraram a redação do JORNAL DE FATO e informaram que a terceirizada pode ter saído de Mossoró sem quitar as dívidas trabalhistas com seus trabalhadores. Recentemente, foram realizadas audiências de conciliação que não tiveram sucesso porque o endereço informado pela empresa não está correto.

A informação repassada à reportagem é de que o local onde a empresa funcionava em Mossoró não possui mais nenhuma identificação e encontra-se fechado. “Aqui em Mossoró, a empresa ficava localizada no Shopping Oásis Center, na Avenida Alberto Maranhão, na sala 7. Mas, na última semana, eu estive lá com uma ex-colega de trabalho, e a sala não tem mais nenhuma identificação da empresa e estava trancada. Tentamos entrar em contato com as pessoas da direção, mas não atendem as ligações”, disse uma ex-funcionária que pediu para não ser identificada.

Os funcionários disseram ainda que as carteiras de trabalho foram assinadas com o endereço de Natal, que é onde a empresa tem sede, mas o espaço físico de Mossoró sempre foi usado para assinatura de folha de ponto e realização de reuniões. “A gente assinava o ponto lá no Oásis. Sempre que tinha alguma reunião, era lá também. Por isso, achei muito estranho chegar lá e, de uma hora para outra, estar tudo fechado. Sem contar que não foi informado nada aos funcionários nem para nós ex-funcionários”, disse.

Por conta disso, agora está ocorrendo um impasse nas audiências judiciais, porque os advogados dos terceirizados não conseguem identificar o endereço da empresa. O JORNAL DE FATO tentou entrar em contato com a direção da sede mossoroense da empresa, através do número repassado pelos próprios funcionários, mas este se encontrava desligado.

As ações na Justiça ocorrem porque a empresa terceirizada não pagou os salários e os direitos trabalhistas dos funcionários contratados. Os atrasos aconteceram devido à não realização do repasse por parte da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM).

Outras empresas que prestam serviço à PMM estão acumulando ações na Justiça pelo mesmo motivo: atraso de salários. Recentemente, a Justiça do Trabalho decretou o pagamento imediato das dívidas que a Prefeitura tem com as empresas, para que todos os direitos trabalhistas sejam, finalmente, cumpridos.
 
Empresa já foi alvo de suspeita de contrato milionário

Em fevereiro, a Vaga Lume já estava envolvida em uma polêmica de contrato superior a R$ 5 milhões com a Prefeitura de Mossoró. Mesmo assim, o novo contrato que foi firmado também em fevereiro, e se estende até 2017, previa o envolvimento de R$ 5,5 milhões. O caso chegou a ser noticiado no JORNAL DE FATO, já que alguns vereadores pediram mais fiscalização quanto aos valores que estavam sendo destinados às empresas.

Na ocasião, os responsáveis da empresa negaram informações sobre o endereço da sede e a quantidade de funcionários que estavam contratados pela terceirizada. Esse ato gerou desconfiança na imprensa e na sociedade e, na época, chegou-se a cogitar a hipótese de que a empresa seria fantasma.

A reportagem apurou que a empresa possui sede fixa em São José do Mipibu, divide imóvel e o número de telefone com uma empresa de contabilidade. A secretária sempre atende o telefone, informando o nome da empresa de contabilidade, e somente com muita insistência informa que a Vaga-Lume também funciona no mesmo prédio.

Ainda com a razão social J. T. de M. Barbosa Serviços Eireli, a Vaga Lume recebeu R$ 1.679.485,57 da Prefeitura de Mossoró em 2015, por serviços prestados na Secretaria de Desenvolvimento Social e Juventude, de acordo com dados do Portal da Transparência do Município.

Fonte: http://www.defato.com/noticias/60945/empresa-terceirizada-vaga-lume-pode-ter-saa-do-de-mossora

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