Por que o número de inadimplentes caiu mesmo com a crise econômica



Quantidade de pessoas com ‘nome sujo’ tem primeira redução desde o fim de 2014. Saques da poupança podem ter contribuído para resultado positivo
 
O nível de inadimplência é uma das maneiras de se perceber uma crise econômica. Se as pessoas não conseguem pagar suas dívidas, significa, entre outras coisas, que os rendimentos não estão dando conta das despesas.
 
Assim como o desemprego, a inadimplência no Brasil cresce ininterruptamente desde o final de 2014, mas pode ter chegado a um teto. Depois de alcançar o recorde de 60,7 milhões de brasileiros incluídos na lista de inadimplentes em abril de 2016, o número recuou.
 
Segundo levantamento da Serasa Experian, empresa especializada em informações econômicas, os inadimplentes passaram para cerca de 59,4 milhões em maio.
 
O número de devedores, apesar de melhor que o anterior, ainda é um dos maiores da série histórica, iniciada em 2012. O Brasil tem hoje cinco milhões de CPFs negativados a mais do que tinha em dezembro de 2014.
 
TROCA DE DÍVIDA
 
Para limpar o nome, os inadimplentes recorreram a empréstimos bancários. Assim, apesar dos juros, podem adiar o pagamento da dívida. Não é uma solução definitiva para o problema, pois a dívida ainda existe, mas evita os transtornos de ter o nome negativado.
 
SAQUE DA POUPANÇA
 
Os analistas da Serasa Experian também relacionam a queda na inadimplência aos saques da poupança no período. O volume de recursos sacados da aplicação no primeiro semestre de 2016 foi de R$ 42,6 bilhões. Parte disso pode ter sido usado para quitar dívidas atrasadas.
 
 
INADINPLÊNCIA
 
 
Inadimplência é diferente e mais grave do que endividamento. O endividamento são as parcelas que faltam para pagar de uma compra ou o empréstimo no banco. O que a Serasa Experian mede é o número de brasileiros que estão com dívidas vencidas.
 
A partir do momento que um cidadão tem seu nome negativado, quando a empresa contesta formalmente a dívida, ele tem dificuldades para conseguir crédito ou financiar qualquer compra. Só o pagamento ou a renegociação da dívida resolve a situação.
 
Fonte: Nexo

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