Ex-funcionários da Porcellanati reivindicam pagamento de dívidas


Representante dos funcionários afirma que o pagamento das rescisões e FGTS de 151 empregados desligados da empresa no período entre 10 de novembro e 1º de dezembro de 2014 está em atraso.

 
Um grupo de ex-funcionários da Porcelanatti Revestimentos Cerâmicos S.A prosseguirá com ação na Justiça do Trabalho em função do descumprimento de um acordo solicitado pela própria empresa. O acordo consistia na venda de um equipamento para quitar as verbas rescisórias e Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) em atraso de 151 empregados desligados da empresa no período entre 10 de novembro e 1º de dezembro de 2014, cujo valor chega a mais de dois milhões de reais, segundo informa um dos integrantes da comissão de ex-funcionários, Edvan Ferreira da Silva.

 
Nesta semana, os funcionários demitidos tiveram um encontro com integrantes do Sindicato da Indústria Ceramista do Rio Grande do Norte e a comissão que os representa e decidiram manter o processo. De acordo com Edvan Ferreira da Silva, desde que foram demitidos sem justa causa no final do ano passado nenhum empregado recebeu seus direitos trabalhistas, fato que gerou a ação na Justiça do Trabalho. “Em juízo, o advogado do grupo Itagrês propôs a venda de uma máquina para quitar a dívida. Primeiro ele sugeriu o pagamento em 24 parcelas, mas nós recusamos. Então ficou acordado que o pagamento deveria ocorrer integralmente até o dia 31 de janeiro deste ano, e mais uma vez a empresa não cumpriu o acordo. Passados três dias do fim do prazo, posteriormente foi passado pela empresa que a venda seria feita só que o interessado pela aquisição do bem só teria possibilidade de quitar a dívida em até 20 vezes, o que obviamente não foi aceito pela maioria. Não podemos aceitar que os nossos direitos sejam parcelados, até porque não fomos nós que pedimos para sair, fomos dispensados sem justa causa, isso depois de aceitarmos todo tipo de acordo imposto e descumprido pela empresa. Mantivemos sempre uma postura conciliatória levando em conta em especial a manutenção de nossos empregos. Não podemos nos colocar numa intensa lista de fornecedores do comércio local que foram enganados e que até hoje têm pendências altíssimas com este grupo”, declara.

 
Edvan Ferreira informou ainda que durante pesquisa, foi descoberto que a suposta empresa que compraria o equipamento tinha o mesmo endereço da sede do próprio grupo Itagrês no Estado do Rio Grande do Sul. “Se isso quer dizer alguma coisa a gente não sabe, mas é muito estranha uma coincidência como essa, você não acha?”, indaga.

 
Edvan também destacou que cerca de mais de 60% do valor devido aos funcionários refere-se ao FGTS que deixou de ser depositado há mais cinco anos nas contas dos trabalhadores. “Peço que a Justiça olhe com atenção a situação desses 151 pais de famílias que tiveram seus direitos lesados pela atuação de um grupo que há quase dez anos se instalou em nossa cidade, sugou os nossos recursos, usufruiu de nossas divisas e que mais uma vez não vem cumprir com seu dever de empregador”, desabafa.

 
A reportagem tentou contato com o presidente do grupo Itagrês, Gilmar Rabaioli, mas ele não atendeu as ligações. Já o número de telefone da própria Porcelanatti em Mossoró não está mais funcionando.

 

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